terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

De volta a Lisboa...


Saudades...

Que dizer?
Aquele momento à beira rio, mesmo com o frio, valeu tudo...
O teu olhar, o teu sorriso...
Cheguei e durante a viagem tive tempo de pensar em o que fazer para o tempo abrandar, o que fazer para ele parar quando estivesse enfeitiçada pelo seu abraço protector e apaixonado. O amor tem dessas coisas, faz o tempo andar depressa mas também o faz parar em certos momentos.
Gostei de ter conhecido melhor o Porto, apaixonei-me pelos pequenos momentos que paramos para conversar e comer tartes de nata, sim, porque só de pensar, foram umas dez, talvez mais até! Ai... Que saborosas...

Não sei explicar, esta vez pareceu tão mais relevante e tão mais forte a nível de compreensão mas talvez seja eu na minha mudança interior e tentativa de estabilidade emocional, visto que é isso que me andava a deixar fora de mim, uma estranha a mim mesma.
Ele ajudou-me, grande parte desta mudança, dou graças a ele e à sua paciência de ferro.
Sinto-me diferente, ajo de modo diferente para com ele, embora ainda vá demorar a deixar que esta pequena semente cresça e que as suas raízes me fixem a este lugar, dando como fruto o que sinto por ele.

Lembro-me de me doer o braço de carregar a mala mas não me importar com isso, porque estava com a minha mão na sua, quente e finalmente, segura. Beber café e nem provar o seu sabor porque só me importava com ouvir o seu riso, doce e harmonioso.
Ficar em silencio e sentir a sua alma ligada à minha, como um pequeno pedaço de céu, só nosso, onde estranhos passavam mas não existiam mesmo, senão mais como sombras porque no nosso mundo, éramos só nós, eu e ele, a caminhar, a respirar, a sorrir, a amar...
Até quando lutava com os lençóis para não ter frio e com o colchão para que ele não caísse, só me importava em sentir o calor do seu corpo e aconchega-lo nos meus braços, ouvindo seu coração...
Cada toque, cada beijo, cada nova experiência foi saudável, já sentia muito a sua falta.
Podia ter ficado ali a ver o por do sol, o rio Douro e os olhos dele, disso nunca me vou esquecer...

Ofereceu-me um colar maravilhoso, que já limpei e purifiquei, para que nunca deixe o meu pescoço, é como um pedaço dele que trago sempre comigo, um pedaço bem grande e físico agora, é o seu amor em tempos frios, a sua protecção na ausência física do seu ser. É ele em mim.
Nunca pensei que fosse isso, nunca pensei que tivesse tão bom gosto, nem ele se apercebeu do quando aquele momento significou para mim, até agora fico com um nó na garganta. O pendente é magnifico mesmo, o pequeno pentagrama discreto e forte ao mesmo tempo, os dragões que simbolizam duas almas após um atribulado caminho de vidas, finalmente unidos... Como nós, provavelmente, o somos...

Comi coisas que nunca pensei vir a comer e que me souberam muitíssimo bem! Por exemplo, redanho. Mas que é isso? Nada mais que a pele que envolve o bucho, ou parte do estomago, segundo me contou, que é cozinhada e reduzida a umas coisas pequenas e com um sabor maravilhoso a gordura, não estou a ser irónica! É mesmo uma delicia, ainda agora estou com agua na boa por causa disso!
Papas de sarrabulho, uma papa que leva figado migado, sangue de porco cozido, carne de porco desfiada e sabe-se lá mais o quê mas é igualmente uma iguaria maravilhosa!
Rojões e tripas! Nunca pensei gostar! Adorei!
A D. Natércia sabe o que cozinha e fa-lo bem! Deliciei-me completamente naquele almoço, acho que nunca uma comida tradicional do meu país me caiu tão bem.
Também se pode dever á liberdade que o meu espirito está a receber e ás mudanças que estou a sofrer, no bom sentido, sobre mim mesma. Abraçar oportunidades e arriscar, nunca me soube tão bem. Isto tudo regado com um gelado de kiwi fantastico, nada doce mas muito fresquinho.

Depois um passeio, a sós com ele, um passeio pelo seu jardim, com arvores que me dizem muito e ervas que me curaram no passado, com fragancias e cores vistosas. Tivemos direito a escolta, da sua fiel cadela, uma das mais bonitas exemplares de pastor alemão que já vi, com um pelo magnifico e um olhar puro e meigo.
Ovelhas que baliram para nós e uma lagartixa quando viravamos pedras, pedaços de quartzo e ardózia que agora foram limpos e descançam no meu altar e até uma pedra que significa parte de nós, uma parte sua e uma minha.

A despedida foi dolorosa, é sempre mas desta vez foi mais...
É temporaria, como sabemos, nada mais que temporaria porque o tempo vai passar rapido e estaremos de novo juntos e de mãos dadas...

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